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domingo, 28 de março de 2010

A sociedade exige um novo educador


Alteram-se as condições de trabalho   e   os padrões da profissão. A exigência define-se, hoje, sobretudo, pela constituição de um educador com um perfil próprio, contudo, capaz de metamorfosear-se, tendo em vista as contingências do contexto no qual se desenvolve a ação, sem que com isso venha a colocar em risco os princípios éticos inerentes à sua profissão. Novas habilidades cognitivas, sociais e relacionais são requeridas a todos, quase como condição simples sobrevivência.


Mais do que nunca, o educador não pode ser considerado somente como aquele que "dá aula". Sua ação não se esgota nos limites das quatro paredes da sala de aula e, nela, não se apresenta somente como representante do ofício escolhido, mas como a pessoa que é composta de saberes, experiências, dúvidas, aspirações, conflitos, entre outros. Não se separa o educador da pessoa.


A formação, entendida na perspectiva da promoção de transformações e não simplesmente como oferta de um instrumental técnico a ser utilizado, perpassa diferentes momentos e dimensões do educador, implicando-o como pessoa e como história de vida, que se integram e compõem a sua identidade profissional.

Na atualidade das exigências impostas à educação, para o professor, não basta ter o domínio do conhecimento específico do que ensina ou devotar-se a entender e atender a criança através do conhecimento necessário à leitura de suas necessidades e ser, enfim, um "pedagogo". Na verdade, o que é necessário hoje, mais do que nunca, é a presença de um "animador", ou seja, de um profissional ciente e implicado na dinâmica viva da escola, o qual, além da dedicação ao conhecimento e ao aluno, possua uma visão sistêmica do espaço onde atua.

A competência, solicitada aos educadores, parece ir bem além daquela referida aos saberes específicos às áreas do conhecimento. A estes se devem somar o conhecimento e a capacidade de lidar com o aluno, de trabalhar a informação que chega à sala de aula por vias diversas, de responder às expectativas inerentes a uma nova abordagem do currículo, tanto no que diz respeito à seleção e ao tratamento conceitual e integrador de conteúdos, quanto ao tratamento metodológico adotado. Exige-se, portanto, um profissional com saberes diferenciados e com sensibilidade para disponibilizá-los adequadamente. É exatamente esta sensibilidade é que pode fazer a diferença na vida de uma aluno portador de algum transtorno de aprendizagem(TDAH, TPA, Síndrome de Irlen, Dislexia, Disgrafia,etc).

Nos últimos anos, muito tem se falado em déficts e transtornos de aprendizagem e um fato que me entrsitece é ver que muitos dos professores ainda são resitentes e dizem que não são médicos, pscicólogos ou neurologistas para diagnósticaram os alunos, que são habilitados para trabalhar com a sua matéria.

Sabemos que um professor conhece mais um aluno que um médico, afinal o professor tem um contato diário com o estudante e tem maiores possibilidades de perceber algumas características de algum transtorno na criança.De modo que o professor juntamente com a escola poderiam repassar aos pais tais hipóteses e indicar a procura por especialistas que pudessem auxiliá-los a superar este desafio.

Uma coisa é certa, quanto mais cedo é detectato o transtorno melhor, pois quando uma criança é identificada em situação de risco para transtornos de aprendizagem, na idade de 5 a 6 anos, o prognóstico é mais favorável e o processo de reabilitação mais rápido. Isso se relaciona ao fato destas crianças terem adquirido muito menos conteúdo acadêmico e, conseqüentemente, fazem menos compensação do que aquelas com diagnóstico tardio, ou seja a defasagem será menor.

Preencher lacunas na habilidade leitora de uma criança com um atraso do desenvolvimento de um ano, na idade de 6 e 7 anos, é muito mais simples do que transpor estas mesmas barreiras em uma criança de 12 anos. Não que seja impossível, mas o tratamento será mais díficil e mais demorado compensar estes anos de perdidos no processo de leitura . Sem mencionar a dificuldade para enfrentar as demandas curriculares das escolas e o dano a auto-estima da criança ou do adolescente que diante de ações de professores não preparados para lidar com estas crianças, acabam causando frustrações e traumas, o que consequentemente gera na criança desmotivação, desinteresse, agressividade eo sentimento de fracasso e inferioridade.

O pior disto tudo é saber, que o Brasil perde a chance de conhecer grandes profissionais, isto porque geralmente as crianças portadoras de transtornos de aprendizagem tem o QI mais elevado do que os das crianças ditas normais.Atrás de uma dificuldade, de uma barreira não transposta na fase da alfabetização se esconde a genialidade e futuro de um cidadão com promessas promissoras, que muitas vezes é desperdiçada, é jogada fora, por falta de informação do professor, da família e da escola.

A mudança educacional depende dos educadores e da formação que possam ter, mas não só. Dependerá, também, das transformações possíveis a serem operadas no sistema de ensino, sobretudo, em nível das suas organizações e de seu funcionamento.